quinta-feira, 6 de agosto de 2015

PORTUGUÊS TÉCNICO II -   Turmas:   CAII e CBII


 ATA

 A ata é um documento oficial, por isso, deve ser de fácil leitura para qualquer pessoa que necessite  ler esse registro, não devendo conter abreviações ou gírias. A linguagem utilizada deve ser simples e facilmente compreensível, mas algumas observações são importantes para que não seja possível modificar a ata posteriormente:
  • O formato escolhido deverá ser o que melhor registre tudo o que é essencial e se torne de fácil leitura.
  • Havendo um erro do redator, a partícula retificativa “digo” deve ser usada: “ Aos dois dias do mês de janeiro, digo, de fevereiro, de dois mil e doze…”
  • Se o erro for percebido após a ata lavrada, deve-se usar  "em tempo": “ Em tempo, onde se lê janeiro, leia-se fevereiro”.
A ata  deve ser escrita:
  • sem parágrafos ou alíneas, ocupando todo o espaço da página;
  • os números devem ser escritos por extenso;
  • abreviaturas não são permitidas;
  • não podem conter rasuras nem emendas;
  • sem uso de corretivo (tipo erro-ex);
  • o verbo deve estar no tempo pretérito perfeito do indicativo (DECLAROU, DECIDIU, DEFINIU, ETC.);
  • com verbo de elocução para registrar as diferentes opiniões.

Vejamos alguns modelos de atas

MODELO 1


Data, horário, local e objetivos:

Aos vinte e três dias do mês de janeiro de dois mil e quatro, com início às vinte horas, na sala de reuniões do Centro Espírita Amigos de Jesus, sito à na Rua Euclydes de Oliveira, número trezentos e vinte e cinco, Ribeirão Preto, realizou-se uma reunião administrativa da diretoria do Centro, com o objetivo de preparar o calendário de atividades para o ano de dois mil e quatro.

O presidente, a secretária da reunião e as pessoas presentes:

A reunião foi presidida pelo presidente do Centro, senhor Manuel de Araújo, tendo como secretária a senhora Joaquina da Silva. Contou com a participação de doze diretores e três conselheiros.

Relato da reunião propriamente dita:

Inicialmente, o senhor Manuel de Araújo solicitou à vice-presidente, senhora Maria de Souza, que apresentasse  o calendário elaborado para que os presentes tivessem seu conhecimento. Foi esclarecido que a meta, do ano em curso, é divulgar por todos os meios a Doutrina Espírita, tanto em atividades internas como externas. Após ouvidas variadas sugestões, o presidente da reunião solicitou fosse votado o calendário apresentado, submetido às sugestões oferecidas, para que se chegasse a um consenso, o qual seria, posteriormente, divulgado no próprio Centro, bem como no Jornal Verdade e Luz, mantido pelo órgão de unificação dos espíritas da cidade e região de Ribeirão Preto. Após debatidas as sugestões apresentadas, obteve-se, democraticamente, a uma conclusão, que considerada excelente.

Encerramento:

Nada mais havendo a tratar, foi lavrada a presente ata, que assinada por mim, Joaquina da Silva, secretária, pelo presidente da reunião e pelos demais presentes.





Aos vinte e três dias do mês de janeiro de dois mil e quatro, com início às vinte horas, na sala de reuniões do Centro Espírita Amigos de Jesus, sito à na Rua Euclydes de Oliveira, número trezentos e vinte e cinco, Ribeirão Preto, realizou-se uma reunião administrativa da diretoria do Centro, com o objetivo de preparar o calendário de atividades para o ano de dois mil e quatro. A reunião foi presidida pelo presidente do Centro, senhor Manuel de Araújo, tendo como secretária a senhora Joaquina da Silva. Contou com a participação de doze diretores e três conselheiros. Inicialmente, o senhor Manuel de Araújo solicitou à vice-presidente, senhora Maria de Souza, que apresentasse o calendário elaborado para que os presentes tivessem seu conhecimento. Foi esclarecido que a meta, do ano em curso, é divulgar por todos os meios a Doutrina Espírita, tanto em atividades internas como externas. Após ouvidas variadas sugestões, o presidente da reunião solicitou fosse votado o calendário apresentado, submetido às sugestões oferecidas, para que se chegasse a um consenso, o qual seria, posteriormente, divulgado no próprio Centro, bem como no Jornal Verdade e Luz, mantido pelo órgão de unificação dos espíritas da cidade e região de Ribeirão Preto. Após debatidas as sugestões apresentadas, obteve-se, democraticamente, a uma conclusão, que considerada excelente. Nada mais havendo a tratar, foi lavrada a presente ata, que assinada por mim, Joaquina da Silva, secretária, pelo presidente da reunião e pelos demais presentes.
Ribeirão Preto, 23 de março de 2004

MODELO 2:

ATA DE REUNIÃO DA DIRETORIA 
(razão social)
CNPJ nº (informar)
Em (dia) de (mês) de (ano), na sede da empresa (razão social), inscrita no CNPJ sob o nº (informar) e com IE nº (informar), localizada à (informar endereço), foi realizada a Reunião da Diretoria, que foi presidida pelo presidente (nome), (nacionalidade), (estado Civil), (profissão), inscrito no CPF sob o nº (informar) e no RG nº (informar), residente e domiciliado à (informar endereço), que indicou como secretário o Sr. (nome), (nacionalidade), (estado Civil), (profissão), inscrito no CPF sob o nº (informar) e no RG nº (informar), residente e domiciliado à (informar endereço).
DA EXPOSIÇÃO INICIAL 
A reunião teve início com a apresentação dos balanços financeiros da empresa e apresentação de metas para o próximo semestre, que importam necessariamente na ampliação das atividades produtivas e clientela.
DA PROPOSTA DE ATUAÇÃO 
Após a exposição do presidente foram postas considerações acerca da proposta de abertura de uma nova filial no município de (xxx), cujo foco de vendas será voltado para (xxx), cujos estudos preliminares mostram uma projeção de faturamento na ordem de (xxx) à um custo operacional de (xxx), conforme documento previamente apresentado a todos os diretores.
Na sequencia a referida proposta entrou em discussão, tendo o diretor (nome) tomado a palavra e discorrido acerca da necessidade de aquisição de novos equipamentos para linha de produção, afim de que a nova demanda possa ser suprida.
Deliberou-se sobre o assunto e, após votação, foi aprovada a proposta de ampliação original, sendo que a aquisição de novos equipamentos de produção será viabilizada apenas após a abertura da filial conforme as necessidades que forem apontadas pelos relatórios mensais.
Por fim, a palavra foi concedida àqueles que dela quisessem fazer uso e, não existindo manifestações, o presidente encerrou esta reunião, que foi lavrada na presente ata, lido este instrumento assinam.
(Local), (dia) de (mês) de (ano)
(Nome e assinatura do Presidente)
(Nome e assinatura do Secretário)
(Nome e assinatura de todos os diretores presentes)
  
              


PARA A TURMA CA2


 REGÊNCIA VERBAL

              Regência é a parte da gramática que trata das relações entre os termos da oração, verificando como se estabelece a dependência entre eles.

              Os termos da oração( verbo, substantivo, adjetivo e advérbio ) podem ou não exigir complementos e tais complementos podem ou não vir introduzidos por preposição.



  • ASPIRAR
  1. ( inspirar, sorver) é verbo transitivo direto.
Ela aspirou o ar puro.

      2.  (almejar, pretender )  é verbo transitivo indireto e exige a preposição  “A”.
Ele aspira ao cargo de chefia.

Ø  ASSISTIR
1.       (  ajudar)  é verbo transitivo direto.
O médico assistiu o paciente.
2.       ( ver ) é verbo transitivo indireto e exige a preposição  “A”.
Assistimos a um filme interessante.
3.       ( caber ) é verbo transitivo indireto e exige a preposição  “A”.  Admite-se   o pronome “lhe”.
Isto assiste a ele.
Isto assiste- lhe.
4.       (morar ) é verbo intransitivo.
O Papa assiste no Vaticano.
Ø  CHAMAR  
1.       (convocar , fazer  vir)  é verbo transitivo direto.
- Menino, vá chamar seu irmão.
2.       ( invocar ) é verbo transitivo indireto e exige a preposição  “POR”.

3.        (apelidar, qualificar ) admite as seguintes construções:
A.      Objeto indireto + Predicativo do objeto
Chamavam-lhe  “a santa “.
B.      Objeto indireto + preposição  “de”  + Predicativo do objeto
Chamavam-lhe   de “ santa “.
C.      Objeto  direto + Predicativo do objeto
Chamavam-na  “a santa “.
D.      Objeto  direto + preposição  “de”  + Predicativo do objeto
Chamavam-na  de  “ santa “.

Ø  CUSTAR (ser difícil, ser custoso) é verbo transitivo indireto.
Custa-me ( a mim) entender isto.
Ø  ESQUECER E LEMBRAR
1.        Verbo  transitivo direto
Não vá  esquecer a chave de novo.
2.        Verbo PRONOMINAL + preposição “DE”  + objeto indireto
Lembrei-o  de que deveria comparecer a reunião.
3.        Verbo  transitivo indireto + objeto indireto + sujeito
Esqueceram-lhe as dúvidas.

Ø  INFORMAR  é verbo transitivo direto e indireto.  Admite as seguintes construções:
A.      Objeto direto + objeto indireto
Informaram a diretora da decisão.
B.      Objeto indireto + objeto direto
Informei-lhe nossos planos.
Seguem a mesma regência de informar os verbos  avisar, comunicar, noticiar, notificar, cientificar, certificar.

Ø  IMPLICAR
1.       (acarretar, dar a entender ) é verbo transitivo direto.
Esta medida implicará a redução dos custos operacional.
2.       (antipatizar) é verbo transitivo indireto.
Ele costuma implicar com os colegas de serviço.
3.       (envolver) constrói-se com a preposição “EM”
Implicaram o rapaz na falsificação de documentos.

Ø  OBEDECER E DESOBEDECER é verbo transitivo indireto e exige a preposição “A”.
Obedeça aos sinais de trânsito.
Ø  PAGAR E PERDOAR
1.       Se o complemento desses verbos for representado por  “ coisa”, será objeto direto.
Ele pagou a conta ontem.
2.       Se o complemento desses verbos for representado por  “ pessoa” ou “coisa personificada”, será objeto indireto.
Jamais perdoou aos que o delataram.
Ø  PREFERIR é verbo transitivo direto e indireto e exige a preposição “A”.
Prefiro um inimigo declarado a um amigo falso.

Ø  QUERER
1.       (desejar ) é verbo transitivo direto.
Quero uma fatia de melão.
2.       ( estimar, gostar ) é verbo transitivo indireto
Queria-lhe como a um irmão.
Ø  SIMPATIZAR OU ANTIPATIZAR são verbos transitivos indiretos, exigem a preposição “COM”.
Jamais simpatizei com o sofrimento.

Ø  VISAR
1.       ( mirar, fazer pontaria ,pôr visto, rubricar ) é transitivo direto.
O homem visou o alvo.
 O gerente não quis visar o cheque.
2.       ( ter em vista, ter como meta, ter como objetivo) é transitivo indireto e rege a preposição "A".
O ensino deve sempre visar ao progresso social.
Prometeram tomar medidas que visassem ao bem-estar público.


TURMAS : CA2 e CB2

Regência Nominal 


Regência Nominal é o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome.

1. Acostumado – a, com
Acostumada a tanta violência, não se sentiu propensa a  ajudar a menina/ Já se acostumou com seu novo corte de cabelo?.

2. Adaptado – a
Não se adaptou à vida no campo.

3. Alheio – a
Ele está alheio à tudo ao seu redor.           

4. Aflito – com/por   
Ficou aflito com o resultado do exame/Ficou aflito por perceber o que havia feito.

5. Alienado – de
Muitas pessoas fazem questão de se manterem alienadas dos problemas sociais.

6. Alusão - a
Fazia alusão à conferência do senador.

7. Análoga – a
Sua proposta de trabalho é análoga à minha.

8. Apto - a, para
Sente-se apto a falar em público/Considerava-se apto para as provas do vestibular.

9. Atento – a, em
Fiquem atentos às instruções/Permanecia atento no que dizia o professor.

10. Avesso – a
É avesso à física.

11. Ávido – de, por
Era ávido de poder/Ávidos por solucionar o problema, deram-se mal.

12. Curioso – de, por
Sempre ela foi uma criança curiosa de/por tudo.

13. Devoto – a, de
Era devoto às/das artes marciais.

14. Imune – a
Esse lagarto é imune a veneno de cobra.

15. Incompatível/compatível – com
Seu comportamento é incompatível com o nosso.

16. Passível – de
É passível de culpa.

17. Preferível – a
A redação é preferível à matemática.

18. Propenso – a, para
Parecia propensa a aceitar o trabalho/Estava propenso para a aceitação da sogra.

19. Vinculado – a
A minha pesquisa está vinculada à sua.

20. Imbuído – de, em
Imbuído de/em boas intenções, procurou o diretor.

21. ansioso - por
Estava ansiosa por se ver livre do marido.

22. estranho - a
Ele vive estranho a tudo.

23. desrespeito - a
Isso é um desrespeito aos direitos humanos.

24. favorável - a 
Esse acordo só é favorável a você.

25. fiel - a
Ele é fiel ao seu amigo.

26. grato - a
Sou grato a todos que me ajudaram.

27. hábil - em
Ele é muito hábil em matemática.

28. habituado - a
Ela é habituada a acordar cedo.

29. indeciso - em
Ele é indeciso em tudo que faz.

30. leal - a
Sempre foi leal a seus princípios.

31. necessidade - de
Tenho necessidade de dormir mais.

32. nocivo - a 
Cigarro é nocivo à saúde.

33. posterior - a
Essa lei é posterior à aquela.

34. prejudicial - a
Tomar bebidas alcoólicas em excesso é prejudicial à saúde.

35. próximo - a, de
Moramos próximo ao/do cemitério da cidade.

36. querido - de, por
Ele é querido de/por todos.

37. respeito - a, por
Em respeito à/por sua mãe não foi à festa.

38. sensível - a
Ela é sensível a antibióticos.

39. simpatia - por
Ela tem simpatia pelo perigo.

40. útil - a, para
Esse material é útil a/para nós.


Exercícios Regência Nominal

1) Já se considerava adaptado(à/com) vida de funcionário público.      
2) Aflito(com/à) a doença da filha, não conseguia trabalhar.
3) Permanecia alheio(à/a) toda e qualquer proposta de trabalho.
4) Não se sentia apto(a/à) fazer o curso de engenharia.
5) Fizeram alusão(a/à) vida íntima do presidente.
6) Viajar é preferível(do que/a) trabalhar.
7) Meus avós era devotos(por/de) Padre Cícero.
8) Estavam propensos(a/em) dar o aumento reivindicado.
9) Não se pode ficar imune(com/a)todas as bactérias.
10) Imbuído(de/com) bons propósitos, negociou com os funcionários.
11) Para a maioria dos jovens, estudar é compatível(com/a) ouvir música.
12) Está acostumado(a/por) tudo que é ilícito.
13) Ele é avesso(por/a) estrangeiros.
14) Os políticos estão alienados(pelos/dos) problemas econômicos.
15) O garoto é sensível (por/à) penicilina.
16) O carro está próximo(da/a) esquina.
17) Não dormir bem é prejudicial(para/ao) organismo.
18) Esse computador já não é útil(para/na) empresa.
19) O funcionário é leal(ao/para) seu patrão.
20) O eleitor está indeciso(em/por) votar nas eleições.
21) Tinha necessidade(de/em) sair todos os dias.
22) Ela é grata(com/a) seus pais por tudo.
23) O rapaz é hábil(à/em) engenharia elétrica.
24) O bebê era habituado(em/a) chupar bico.
25) Ela tem simpatia(pelo/ao) rapaz.
26) Ele é fiel(aos/por) seus ideais.
27) A professora é querida(por/a) todos os seus alunos.
28) Essa demora é um desrespeito(com/aos) clientes.
29) A mãe é estranha(com/ao) filho.

30) Estou ansioso(para/por) chegar o fim do ano.

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

PORTUGUÊS  TÉCNICO II

RELATÓRIO

Relatório é uma descrição de fatos passados, analisados com o objetivo de orientar o serviço interessado ou o supervisor imediato, para determinada a ação.
Relatório, do ponto de vista da administração pública, é um documento oficial no qual uma autoridade de uma repartição ou presta conta de seus atos a uma outra autoridade, de nível superior .
O relatório não é, em última análise, mais que um ofício desenvolvido, com a diferença de que este último serve para diversos tipos de comunicações ( convites, agradecimentos, solicitações, etc. ), ao passo que aquele é sempre a exposição  ou narração de atividade ou fatos, com a discriminação de todos os seus aspectos ou elementos .

PARTES DO RELATÓRIO

A.      Título – denominação do documento: Relatório
B.      Invocação – tratamento e cargo da autoridade a quem se dirige o documento, seguido de dois pontos. Ex. Senhor Superintendente:
C.      Texto – exposição do assunto. O texto deve obedecer a seguinte sequência:
                                I-            Introdução – referência à disposição legal ou à ordem superior que motivou ou determinou a feitura e apresentação do relatório. Após essa alusão, far-se-á breve menção ao assunto ou objeto do relatório.
                              II-      Análise – apreciação do assunto, com informações esclarecimentos que se façam necessários a sua perfeita compreensão. A análise deve ser honesta, objetiva  e imparcial.
                            III-    Conclusão – determinados os fatos e feitas as apreciações, chega o momento de se tirarem as conclusões, deduzidas da argumentação que as precede. Não podem ir além da análise feita.
                           IV-             Sugestões ou recomendações – muitas vezes o redator também apresenta sugestões ou recomendações sobre medidas a serem tomadas, em decorrência do que constatou e concluiu.
       Os  diversos parágrafos do texto, com a exceção do primeiro, podem ser enumerados.
D.      Fecho – usa-se as mesmas fórmulas de cortesia do ofício.
E.       Local e data
F.       Assinatura
G.     Identificação do signatário




RELATÓRIO

REF.: INQUÉRITO POLICIAL Nº 000/2006
PROCESSO: Nº 89.0020966-3 - 4ª VARA FEDERAL/RJ.
INÍCIO: 12/06/89 - TÉRMINO: 13/05/2006.
INCIDÊNCIA PENAL: Art. 1º, da lei nº 4729/65.


Senhor Juiz,


                  O presente apuratório foi instaurado pela Portaria de fl s. 02, atendendo requisição do MPF que, pelo Ofício PR/RJ-Nº 338/89 (fl s. 03), datado de 15.02.2005, encaminhou o Ofício PFN/RJ Nº 06/89 ( fl s. 04/05 ), datado de 18.01.2005, dando conta da prática de ilícitos penais previstos na Lei 4.729/65, por parte dos responsáveis pela sociedade JMJ ELETRÔNICA LTDA.
                  O Auto de Infração ( fl s. 06/09 ) lavrado em 29.08.2005 pela DRF-RIO DE JANEIRO, informa que, no curso de ações fiscais empreendidas em empresas de informática, constatou-se o registro nos livros contábeis dessas empresas, de um sem número (sic) de notas fiscais-faturas emitidas pela empresa JMJ ELETRÔNICA LTDA.
                 Os vultosos valores das referidas notas suscitaram dúvidas quanto à legitimidade da emissão, a efetividade da operação mercantil por elas supostamente acobertadas, bem como à regular importação dos produtos nelas discriminados: componentes eletrônicos de sofisticada tecnologia, ainda não dominada pela indústria nacional
               Os fatos narrados caracterizam, em tese, o tipo do artigo 1º, I, da Lei 4.729/65.
                 Considerando que os documentos de fl s. 66/132 demonstram que os fatos ocorreram no período de 1984 a 1986, ou seja, no mínimo há 10 (dez ) anos, parece-me  que, decorrido lapso temporal superior ao insculpido no artigo 109, V do CP, incide, s.m.j., a norma do artigo 107, IV, do mesmo diploma legal, fazendo cessar o jus puniendi do Estado.
               Pelo exposto, entendendo haver esgotado as diligências na esfera policial, submeto os presentes autos a V. Exª para que, após ouvido o MPF, determine o que melhor convier aos interesses da justiça.

Respeitosamente,

Brasília, 3 de janeiro de 2006.


Ronaldo Silva

Delegado de Polícia